segunda-feira, 8 de junho de 2015

PROJETO DE HADDAD PREVÊ AMPLIAR COMÉRCIO EM ÁREAS RESIDENCIAIS


Mudanças enfrentam resistência em regiões nobres; prefeitura diz que elas atingem só 4% da cidade

Zoneamento que será debatido na Câmara também estabelece cota ambiental em prédios e edifícios-garagem



O prefeito Fernando Haddad (PT) enviou à Câmara um novo projeto de zoneamento que prevê a ampliação do comércio em algumas áreas residenciais de São Paulo.

A proposta, que atinge bairros de diversas regiões da cidade, já é alvo de embate entre associações de moradores, urbanistas e comerciantes.
Ela faz parte de um pacote de mudanças no uso e ocupação do solo que serão debatidas em 40 audiências públicas nos próximos meses.
A prefeitura diz que as zonas residenciais afetadas são só 4% da área da cidade boa parte em regiões nobres, como Morumbi, Jardins e Alto de Pinheiros (zona oeste).

Em alguns casos, quarteirões que só poderiam receber residências poderão ter pequenos comércios como restaurantes. Em outros, é prevista uma ampliação das atividades: em vez de apenas escritórios e bancos, por exemplo, também escolas e mercados.

Os críticos ao projeto dizem que alguns bairros podem ser descaracterizados. Os defensores afirmam que ele permite a revitalização de vias e que, em alguns casos, só oficializam um uso já existente.
"Se você permite a instalação de um pequeno bistrô, isso gera um ambiente que não afeta a área residencial e não deixa degradar", afirmou Haddad, ao citar um caso na av. Indianápolis (zona sul).

"A revitalização do bairro acontecerá com investimentos privados nas calçadas, ciclovias, segurança, e não pela transformação das nossas principais ruas em zonas comerciais para baladas", criticou Marcelo Gatti Reis, presidente da Sociedade Amigos da Cidade Jardim.

Haddad quer que a lei seja aprovada ainda neste ano. Ela é um complemento ao Plano Diretor aprovado em 2014 e que definiu as diretrizes urbanísticas para a cidade por 16 anos --incentivando a construção de prédios perto de estações de metrô e corredores de ônibus e impondo restrições aos carros.
O projeto da lei de zoneamento também incentiva edifícios-garagem fora do centro e prevê a obrigação de que grandes empreendimentos deixem parte do seu terreno (em média, 10%) para área verde --uma cota ambiental para aumentar a área permeável e reduzir enchentes.

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